(Folhapress) Desde o início da invasão russa à Ucrânia, em fevereiro de 2022, ao menos 12 brasileiros morreram em combate, segundo informações do Itamaraty divulgadas neste domingo (1º). O número exclui Tiago Nunes, 19, voluntário no conflito, cuja morte foi anunciada pela Prefeitura de Rurópolis (PA), sua cidade natal, mas ainda não confirmada oficialmente. O ministério, entretanto, acompanha o caso e está em contato com a família do jovem.
Entre as vítimas confirmadas está Antônio Hashitani, 25, estudante da PUC-PR que abandonou os estudos para lutar na guerra. Ele morreu na região de Bakhmut, cenário de intensos combates. Outros brasileiros identificados são André Hack Bahi, 43, ex-socorrista da Legião Internacional de Defesa da Ucrânia, e Douglas Búrigo, 40, ex-militar do Exército Brasileiro, morto em Kharkiv.
A guerra e o futuro da Ucrânia
A guerra deixou 18% do território ucraniano sob controle russo, incluindo regiões como Donetsk, Luhansk, Zaporíjia e a Crimeia, anexada em 2014. Em meio ao impasse, o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, cogitou, em entrevista recente, renunciar temporariamente a essas áreas para viabilizar a adesão da Ucrânia à Otan.
Zelenski sugeriu que o convite para ingressar na aliança militar ocidental fosse estendido ao território sob controle ucraniano, com o compromisso de recuperar as áreas ocupadas por vias diplomáticas. Ele argumenta que a adesão à Otan garantiria segurança e impediria novos ataques da Rússia.
O plano surge após a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos EUA, em novembro. Crítico da ajuda bilionária de Washington a Kiev, Trump prometeu encerrar a guerra rapidamente, mas sem detalhar como.
Uma carta do ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrii Sibiha, enviada a membros da Otan, reforça o pedido de convite imediato. Sibiha afirma que a inclusão da Ucrânia enfraqueceria os argumentos de Vladimir Putin para continuar o conflito.
“Com a compreensão de que a adesão da Ucrânia à Otan é inevitável, a Rússia perderá um de seus principais motivos para esta guerra injustificada”, escreveu o ministro.
Plano de resistência e esperança
Apesar das incertezas, a Ucrânia mantém esforços para fortalecer sua posição internacional e garantir apoio estratégico. O plano de Zelenski, chamado de “Plano da Vitória”, busca assegurar um futuro mais seguro e reduzir os impactos devastadores de um conflito que já ceifou milhares de vidas, incluindo as de brasileiros voluntários.