Claudia Soares, médica do caso do sequestro de bebê, é presa novamente

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A médica Claudia Soares Alves, neurologista de 45 anos, foi presa nesta quarta-feira (5) em Itumbiara (GO). Ela é suspeita de ter participado do assassinato da farmacêutica Renata Bocatto Derani, de 38 anos, ocorrido em novembro de 2020, em Uberlândia (MG).

A prisão ocorre poucos meses após Claudia ter sido solta pela Justiça, após o episódio em que se passou por pediatra e sequestrou uma recém-nascida da maternidade do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU), em julho de 2024.

Envolvimento em homicídio

Segundo o delegado Eduardo Leal, o crime contra a farmacêutica aconteceu quando a vítima chegava ao local de trabalho, no bairro Presidente Roosevelt, e foi baleada ao menos cinco vezes. Outros dois homens também foram presos, suspeitos de envolvimento no caso.

De acordo com as investigações, Claudia mantinha um relacionamento com o ex-marido da vítima, e o homicídio teria sido motivado por ciúmes e disputa pela guarda da filha do casal.

“Claudia certamente entendeu que, ceifando a vida da vítima, seria mais fácil assumir o poder familiar. Ela contou com o apoio de um vizinho e do filho dele”, afirmou o delegado à TV Anhanguera.

Prisão e novas investigações

Os três suspeitos foram detidos após a Justiça emitir mandados de prisão temporária, que podem ser prorrogados por mais 30 dias e posteriormente convertidos em prisão preventiva.
O delegado destacou que a médica apresentava comportamento obsessivo em relação à maternidade:

“Ela tinha uma fixação por ser mãe de uma menina. Tentou adoções fraudulentas com documentos falsos, tentou comprar um bebê na Bahia e chegou a sequestrar uma recém-nascida”, explicou.

Durante buscas, a polícia encontrou na casa de Claudia um quarto decorado para bebê, com berço, roupas infantis e uma boneca reborn.

O sequestro da bebê em 2024

Claudia ganhou notoriedade nacional em julho de 2024, quando se disfarçou de pediatra e sequestrou uma recém-nascida do HC-UFU. Vestida com jaleco, luvas, máscara e um crachá falsificado da universidade, ela entrou na maternidade, enganou os pais da criança e saiu do hospital com a bebê nos braços, alegando que a levaria para ser alimentada.

A criança foi encontrada um dia depois, em Itumbiara, na casa da médica.
O pai da recém-nascida, Édson Ferreira, relatou ao G1:

“Ela entrou, mexeu nos seios da minha esposa dizendo que era pediatra e que levaria a bebê para mamar. Depois de alguns minutos, percebemos que ela não voltava.”

Claudia foi indiciada por tráfico de pessoas e falsidade ideológica, mas liberada em março de 2025, após oito meses de prisão, para responder ao processo em liberdade.

Defesa e alegação de surto

Na época, a defesa da neurologista afirmou que ela teria sofrido um surto psicótico e fazia uso de medicação controlada. O caso é acompanhado por um incidente de insanidade mental na Justiça.

Apesar do histórico, Claudia possuía cadastro ativo no Sistema Nacional de Adoção, com aptidão psicológica favorável para adotar uma criança — fato que agora também é investigado.

Os três suspeitos — Claudia e dois homens cujos nomes não foram divulgados — serão transferidos para Uberlândia, onde permanecem à disposição da Justiça.

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