O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (29) que determinou ao Departamento de Defesa o reinício imediato dos testes com armas nucleares do país. Segundo ele, a medida é uma resposta direta aos recentes programas de testes conduzidos por China e Rússia.
“Determinei que o Departamento de Guerra inicie os testes de nossas armas nucleares em condições de igualdade com as demais potências”, escreveu Trump em sua rede social Truth Social, antes de se reunir com o líder chinês Xi Jinping na Coreia do Sul.
Trump afirmou que os EUA possuem “o maior e mais moderno arsenal nuclear do planeta”, resultado da modernização ocorrida durante seu primeiro mandato.
“Detestei tomar essa decisão, mas não havia alternativa”, declarou.
O anúncio ocorre no mesmo dia em que o presidente russo Vladimir Putin confirmou o sucesso de um teste com o Poseidon, apelidado de “torpedo do Juízo Final” devido ao seu alto poder destrutivo. Trump classificou a ação como “inadequada” e criticou o líder russo, dizendo que ele deveria “encerrar o conflito no país vizinho em vez de testar novos mísseis”.
Nos últimos dias, Moscou também realizou testes com o míssil de cruzeiro Burevestnik e outros exercícios nucleares, o que aumentou a tensão internacional.
Durante sua declaração, o presidente americano destacou que a Rússia ocupa a segunda posição no ranking de arsenais nucleares, enquanto a China aparece em terceiro, embora, segundo ele, “ambas devem alcançar o mesmo patamar dentro de cinco anos”.
O anúncio acontece às vésperas da reunião entre Trump e Xi Jinping, que deve tratar principalmente da disputa comercial entre os dois países e das tarifas impostas a produtos chineses.
Os Estados Unidos não realizam testes com armas nucleares desde 1992. Além de sua função técnica — avaliar a eficiência e segurança do arsenal —, tais testes são considerados uma demonstração do poder estratégico norte-americano.
O país foi o primeiro a desenvolver e testar uma bomba atômica, em 1945, em Alamogordo, no Novo México. Pouco depois, lançou as bombas sobre Hiroshima e Nagasaki, episódio que marcou o fim da Segunda Guerra Mundial.




